quarta-feira, 14 de março de 2012

A IDADE MÉDIA


Após a queda do Império Romano, instalou-se na Europa uma vida rural que caracterizaria o sistema feudal. Do século VI ao X, a economia européia baseou-se nos sistema agrícola feudal. Os escravos foram substituídos por homens livres, mas ligados a terra, presos a ela, os servos.




Pintura da época misturando uma cidade medieval





A igreja, na Idade Média, adquiriu um poder excepcional. O cristianismo, com suas pregações de todos servirem a um só Deus, e com a idéia de que os sofredores ganhariam o reino do Céu alcançou grande aceitação na sociedade romana. Com a conversão de Clóvis, rei do francos, ao cristianismo romano, a Igreja ampliou seu reconhecimento e poder. No período medieval, firmou-se como grande proprietária de terras em toda a Europa. Os senhores lhe doavam terras com o objetivo de obter conforto para sua consciência pecadora e conseguir o perdão divino. A igreja se tornou a instituição mais rica da Idade Média, e com grande poder.
Cada feudo consistia em uma aldeia e terras aráveis, onde plantava-se o necessário: trigo, centeio, cevada. Nos bosques obtinha-se lenha, criavam-se animais, geralmente suínos. Na aldeia, transformavam as matérias-primas produzindo óleo, queijo, vinho, manteiga e farinha. Havia também as oficinas artesanais, onde eram produzidos utensílios para serviços de alfaiate, ferreiro, armeiro, sapateiro, fundidor, carpinteiro e pedreiro.
Por todos estes motivos fica claro que a principal riqueza era a posse de terras, motivo pelo qual ocorriam constantes disputas.
Enquanto a igreja se expandia e se fortalecia, arrematava para sua responsabilidade o conhecimento da medicina e os cuidados com os doentes. A arte da leitura restrigia a membros do clero, enquanto o continente abrigava uma populaçao de analfabetos.
A medicina monástica ,ou seja os tratamentos eram feitos em monastérios pelo monges,expandia-se pela Europa.



En Occidente, el Fundador de la Medicina Monástica fue San Benito de Nursia (480 – 547), funda el monasterio de Monte Cassino (529) donde se inicia la medicina monástica


A igreja fazia parte da vida cotidiana das cidades, ajudava os doentes, os mendigos, dedicava-se a vida cultural com bibliotecas. A dominação era tamanha que uma cidade só era reconhecida depois que uma igreja era construída. A Igreja influenciou todos com seu poder, todos aceitavam seus dogmas e crenças, e foi assim também nas situações de epidemia.
Todo este poder e domínio  iniciou-se aproximadamente no século VI e no século XI começaram as cruzadas, ou seja 500 anos!
Como já mencionado, no início da Idade Média, o sistema feudal determinava uma certa auto-suficiência que limitava, de certo modo a transmissão de doenças. Poderiam até ocorrer epidemias, porém estas ficavam restritos à aldeia, e não ocorria transmissão dos agentes bacterianos para outras localidades.
Somente nos séculos IX e X a população européia voltou a crescer , devido a escassez de epidemias e de grandes guerras. A produtividade agrícola aumentou, o que fez surgir o excedente para a comercialização.
Um fato novo ocorreu em novembro de 1095. O Papa Urbano II abriu o Concílio de Clermont. Uma imensa população de devotos acomodados em diversas tendas, das mais luxuosas às mais humildes, ouviu o apelo do papa para que se iniciasse uma grande marcha de cristãos armados para reconquistar as terras sagradas, em especial Jerusalém, em poder dos muçulmanos. Começavam as cruzadas.Seria considerada uma guerra santa, portanto, garantindo liberdade e perdão para que se cometessem atos violentos. Os combatentes teriam por recompensa uma indulgência para ganharem o reino do Céu, livres de pecados.


O Papa Urbano II, em gravura do século XIV

A I Cruzada Concílio de Clermont

Com o início das cruzadas a Europa entrou num período de fé exacerbada.. Nos acampamentos cristãos e nas cidades sitiadas, durante a marcha das cruzadas no Oriente, foram comuns as epidemias de diarréia por contaminação da água e dos alimentos com bactérias fecais. As cruzadas também impulsionaram as transações comerciais com o Oriente.

Ilustração da Batalha de Ascalon, no caminho para Jerusalém

 




 
"[...]tomai o caminho do Santo Sepulcro; arrebatai aquela terra à raça
perversa e submetei-a a vós mesmos"
 
Papa Urbano II - Discurso no Concílio de Clermont, 1095 

A população que era cerca de 42 milhões no ano 1000, passou a ser aproximadamente 73 milhões em 1300, a França praticamente triplicou sua população neste período.Em resumo, a Europa voltava a ter grandes aglomerados populacionais, o que favorecia a disseminação de infecções e epidemias.
No século  XIII nasceu as bases da Inquisição onde aumentava as busca dos cristãos desviados dos dogmas da Igreja.
No início do século XIV, os tribunais da Inquisição já eram fortes o bastante para arquitetar heresias e utilizá-las como pretesto para perseguir, como fizeram com a Ordem dos Templários, uma das mais conceituosas e poderosas da Europa, com riquezas incalculáveis.
A Igreja comandou a vida cotidiana dos europeus, ditou regras, julgou e condenou atos da população. Nos momentos de epidemia, era responsável pela interpretação do mal que se abatia sobre a população desesperada por não saber sua causa. Os germes transitavam sem serem vistos, logo jamais seriam acusados pela igreja. Duas epidemias naquela época mereceram destaque : a Lepra e a peste bubônica,



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