A Europa viveu um período de intensa perseguição às bruxas desde a metade do século XVI até o final do século VXII. As razões para a perseguição e consequente condenação à fogueira, eram variadas; desde uma colheita ruim, como a fome ou o surgimento de uma epidemia. As mulheres idosas e solteiras eram as mais sujeitas à acusação.
Por volta de 1550, aumentaram as acusações as mulheres bruxas na Europa e iniciaram-se os 150 anos de seu extermínio, com a morte de cem mil em fogueiras ou forca.
A população européia havia crescido muito, e a oferta de alimento não era suficiente para todos. Desde o início do século XVI a Europa começou a receber muito ouro vindo das Américas, gerando uma inflação sem precedentes. Assim os ricos ficavam mais ricos e os pobres mais miseráveis.
Foi neste contexto de fome e miséria que a população buscou uma explicação. Assim as catástrofes foram atribuídas à bruxaria.
As mulheres acusadas de bruxarias eram submetidas a exames pelos tribunais da inquisição das comunidades. Ficavam nuas para que se procurassem lesões na pele que confirmassem relações carnais com o diabo, e lógico, qualquer lesão ou sinal encontrado já era um forte indício. Esta conduta aliada às técnicas de tortura para confissão levou muitas mulheres à condenação.
Cabe aqui relatar um fato histórico conhecido como "as bruxas de Salem".
A população empobrecida voltava-se sua alimentação européia para os cereais, entre eles, trigo, que era muito caro e por isto usado para a população mais rica, cevada, que era destinada ao gado, e a aveia e o centeio que restava para a população mais pobre. O que não se conhecia era o ergotismo; uma infecção causada por um fungo presente nas plantações de centeio, assim como no pão feito com este cereal. A doença atingia zonas rurais e populações pobres que consumiam centeio. As regiões mas castigadas pela praga foram as áreas pobres da França, Alemanha e Rússia.
A infecção pelo ergotismo se dá quando a pessoa ingere o alimento contaminado pelo fungo, e são duas as suas formas de apresentação; quando compromete as artérias, causa lesão inflamatária nas extremidades, com necrose, podendo levar à infeccção secundária. Em sua outra forma, o ergotismo compromete o sistema nervoso central, provocando convulsões, ansiedade, desequilíbrio, senseção de picadas pelo corpo, alucinações e delírios. O fungo produz uma substância alcalóide que é a base da produção do LSD, responsável por esse quadro de alucinações e delírios quando ingerido.
Em 1692, ocorreu na vila de Salem, em Essex, nos Estados Unidos, uma série de acusações a pessoas com alteração do comportamento que sofreriam de possessão do demônio. Dos 250 acusados, foram executados cinco homens e 14 mullheres jovens, conhecidas como as bruxas de Salem. Discute-se o ocorrido, levando-se várias evidências de que teria sido o ergotismo o que levou essas pessoas à morte.
Na época, existiam plantações de centeio na região. Há relatos da morte de uma parte considerável do gado, que também pastava nas plantações infestadas. A coloração avermelhada no pão de centeio, causada pelo fungo, foi descrita por três "bruxas". Relatos de 24 vítimas referem-se a sensação de picada pelo corpo e assinalam três mortes. A maioria dos acometidos foram crianças e adolescentes, que ingeriram maior quantidade de alimentos contaminados.
As perseguições às bruxas teriam fim no início do século XVIII, com a última execução na Inglaterra em 1712.
fonte: http://blogscatolicos.blogspot.com.br/2012/03/inquisicao-protestante.html |
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