No século da morte de Galileu, as descobertas científicas criariam terreno para a vitória da razão e da ciência sobre os domínios da Igreja, servindo de base para o Iluminismo no século seguinte. As descobertas se deram principalmente na matemática, tão importante para as explorações marítimas. Assim os matemáticos deixaram de ser elementos secundários e foram reconhecidos como fundamentais para o estudo da filosofia natural.
Diante da dimensão das informações era inevitável os conflitos, já não se sabia mais o que era oficialmente aceito ou não.
Em 1662 foi criada por Francis Bacon, advogado inglês, com forte influência na monarquia inglesa, a Royal Society, onde preconizava-se métodos para experimentos. Consistia em observar os fatos e registrar as impressões para as conclusões. Quanto maior o número de dados obtidos, melhor seria a conclusão científica. Nasceu a metodologia da pesquisa científica, pela qual os trabalhos têm um objetivo que é alcançado após a análise dos dados pesquisados, isso fez nascer o experimentalismo. Faltava apenas um órgão competente que analisasse as descobertas e as aceitasse oficialmente.
A ascensão dos métodos experimentais, com um número cada vez maior de relatos nessa área, deu origem a grupos que se reuniam em debates filosóficos e praticantes de ciências naturais. Foi assim que nasceram a Royal Society de Londres em 1662. Três anos após a fundação da Royal Society lançava o primeiro jornal periódico científico. da história da humanidade o Philosophial Transactions of the Royal Society.
Cover of the first volume of Phil. Trans., covering the years 1665 and 1666 |
Royal Society de Londres |
Foi assim que várias descobertasdo século XVII passaram pelo comitê de aprovação da Royal Society, sendo publicado seus periódicos para conhecimento do mundo científico.
A descoberta do microscópio desencadeou um avanço em várias áreas da ciência. A análise microscópica ajudou no entendimento da circulação do sangue, na identificação dos microorganismos,no estudo dos tecidos humanos e nos trabalhos de botânica.
Pela primeira vez o homem tinha a oportunidade de conhecer um novo mundo de seres vivos através das lentes do microscópio.
Era uma época remota, onde ainda se encontrava longe o relacionamento os seres microscópios com as doenças que causavam.
Quem proporcionou o conhecimento desses seres foi o holandes Antony van Leeuwenhoek, que ao combinar suas lentes convexas, descobriu e desenvolveu o microscópio. Leeuwenhoek jamais conseguiria obter sua primeira publicação no Philosophical Transactions em 1673 se não fosse a intervensão de um amigo médico e anatomista que enviou relatos de sua descoberta ao secretário da Royal Society. Pelo fato de ser dono de um armarinho, e não médico ou cientista, dificilmente a Royal Society valorizaria suas observações.
Leeuwenhoek descobriu, com seu microscópio, os microorganismos presentes em uma gota d'água. Ele descreveu aqueles pequenos seres que se moviam nas lentes e os definiu como "animáculos". Tornou-se um fabricante de microscópios e estendeu seus trabalhos à observação de diversas substâncias, o que incluiu a descoberta dos espematozóides. Foi convidado a torna-se membro da Royal Society, e, pela primeira vez na História, um dono de loja fazia parte da principal sociedade científica do mundo. Apesar de Leeuwenhoek ser considerado o pai da bacteriologia, dada a importância de sua descoberta, a ciência teria de aguardar dois séculos para se concientizar da dimensão deste feito.
Primeiro microscópio inventado por Antony van Leeuwenhoek |
"Vieram várias damas a minha casa ansiosas para ver as pequenas enguias no vinagre, mas algumas ficavam tão enojadas com o espectáculo que juravam nunca mais usar vinagre" |
No mesmo ano da morte de Galileu, nasceu Isaac Newton (1642-1727), que seria um dos primeiros nomes da época por revolucionar a ciência. Newton desenvolveu o conhecimento da astronomia usando as leis da física, estabeleceu os conceitos de peso, massa e movimento que forneceram bases para a teoria mecânica do Universo.
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