REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Na segunda metade do século XVIII, principalmente na Inglaterra, as transformações sociais,o surgimento da máquina à vapor, introduzida pelo inglês James Watt, em 1760 e o surgimento das fábricas ocasionaram a migração dos trabalhadores do campo para as cidades.
Na segunda metade do século XVIII, principalmente na Inglaterra, as transformações sociais,o surgimento da máquina à vapor, introduzida pelo inglês James Watt, em 1760 e o surgimento das fábricas ocasionaram a migração dos trabalhadores do campo para as cidades.
Já na primeira década do século XIX, era inaugurada em Manchester a primeira fábrica com iluminação a gás, inovando rapidamente as oficinas algodoeiras. A indústria do algodão empregava quase cem mil operários e perto de duzentas mil tecedoras manuais. O comércio britânico triplicaria; em Londres, havia mais de cinquenta bancos privados. A Inglaterra prosperava, Londres começava ter suas ruas iluminadas em 1807.
As fábricas foram as responsáveis pela introdução de uma série de transformações sociais no continente europeu, prinicipalmente na Inglaterra, onde mais ocorreu doenças infecciosas do século XIX.
A Revolução Industrial foi a maior mudança tecnológica, sócioeconómica e cultural no século XVIII e inicio do século XIX, começou na Grã-Bretanha e extendeu-se a todo o mundo. Nessa altura a economia baseada no trabalho manual foi substituído e dominado pela indústria e pelas máquinas. fonte: http://www.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=557 |
MISÉRIA
A população urbana no início daquele século, aumentou exponencialmente, e aglomerados humanos começaram a aparecer nas localidades em que os centros industriais floresciam; nas proximidades das fábricas. Em 1801 até 1840 a população de Londres praticamente dobrou, pois migrou do campo para as cidades em busca de emprego nas fábricas emergentes. Em decorrência dessas alterações, a qualidade de vida e sobretudo, as condições de saúde sofreram uma queda assustadora, contribuindo muito para o alastramento das doenças infecciosas e aumentando as taxas de mortalidade.
A população urbana no início daquele século, aumentou exponencialmente, e aglomerados humanos começaram a aparecer nas localidades em que os centros industriais floresciam; nas proximidades das fábricas. Em 1801 até 1840 a população de Londres praticamente dobrou, pois migrou do campo para as cidades em busca de emprego nas fábricas emergentes. Em decorrência dessas alterações, a qualidade de vida e sobretudo, as condições de saúde sofreram uma queda assustadora, contribuindo muito para o alastramento das doenças infecciosas e aumentando as taxas de mortalidade.
A população empobreceu ao se transferir para os centros industriais. Os trabalhadores, principalmente crianças e mulheres, eram explorados ao máximo.
As condições de moradia na Europa industrial foram determinantes para o surgimento de doenças infecciosas; recebendo baixos salários e diante dos altos preços do aluguel, as famílias tinham que morar em locais condizentes com o que poderiam pagar; em condições insalubres. As moradias próximas das fábricas foram construídas de maneira desorganizadas, tendo em vista apenas a rapidez para lucro posterior com os aluguéis.
"Houseless and Hungry", por Sir Luke Fildes. fonte:http://sputnikvanik.blogspot.com.br/2007/03/comportamento-social-na-inglaterra-sc.html |
As famílias aglomeraram-se em regiões pobres, delimitando-se aos bairros nessa condição social. As moradias eram verdadeiros cortiços miseráveis, sem sistema de esgoto ou remoção de lixo. Muitas casas não tinham latrina. Em Manchester, havia duas latrinas para cada 250 pessoas, e em Ashton esse mesmo número atendia cada cinquenta famílias. Nos quintais havia uma tina, onde se colocavam os dejetos humanos para serem esvaziados no outro dia. A imundicie que se formava nas proximidades das tinas favorecia significativamente a transmissão de doenças, que também se dava por meio dos calçados, que levavam para dentro dos cômodos. As casas eram entrecortadas por vielas e ruelas imundas, sem pavimentação e com esgoto a céu aberto, ao longo das quais se acumulavam entulhos de lixo e dejetos.
A ausência de esgotos e a facilidade com que os moradores entravam em contato com o material fecal despejados nas vielas, ruelas e nas tinas dos quintais eram responsaveis pela disseminação das bactérias que ocasionam as diarréias. Os pobres conviviam com a Escherichia coli, a Shigela e a temida Salmonella thipy, causadora da febre tifoide. O fato de uma pessoa apresentar diarréia, já era um sinal para um surto de uma epidemia entre os moradores.
Nessas moradias, muitas vezes as famílias se aglomeravam por quarto, e todos os aposentos, incluindo porões e sótãos, eram aproveitados ao máximo para compensar os aluguéis caros. Em Manchester, foram registrados 1.500 porões, nos quais dormiam três pessoas por cama, 738 porões com quatro pessoas por cama, 281 com cinco pessoas por cama. Na mesma época em Liverpool, quarenta mil pessoas dormiam, em porões. Tais condições de vida propiciavam o surgimento de epidemias causadas por doenças contagiosas, que eram transmitidas com facilidade de pessoa para pessoa em razão das aglomerações.
fonte:http://raffaelbarbosa.blogspot.com.br |
TUBERCULOSE
A tuberculose, existente desde a Antiguidade, encontrou assim meios ideais para disseminar-se, e o século XIX seria marcado pelo auge dessa infecção.
Nos aglomerados industriais da época, os doentes com tuberculose pulmonar apresentavam emagrecimento progressivo, tosse seca e febre diária. O quadro clínico progredia com enfraquecimento crônico, e o acometimento dos pulmões estendia-se por dias e meses. Durante todo esse tempo, o enfermo eliminava, pela tosse, o bacilo da tuberculose, nos cômodos da casa sem iluminação ou ventilação, úmidas e com excesso de moradores o que facilitava a disseminação da doença. As pessoas depauperadas pelas longas jornadas de trabalho e pela miséria não apresentavam defesa adequada contra a infecção, ficando tuberculosas com facilidade. O século XIX foi o século da tuberculose.
Não podemos nos esquecer também dos surtos de sarampo e varíola. que disseminaram-se com facilidade principalmente entre as crianças. Também a difteria a a escarlatina. Em Manchester de cada 100 crianças, apenas 35 a 40, chegavam aos cinco anos de idade.
CÓLERA
A cólera é uma doença caracterizada por diarréia severa (a diarréia mais intensa de todas as infecções), que leva o paciente a desidratação, com queda da pressão, parada de funcionamento dos rins e geralmente, quando não submetido a tratamento de suporte, ao óbito. A bactéria causadora da doença; o Vibrio cholerae, é eliminada nas fezes ou nos vômitos dos doentes e por sua vez dissemnado. Como a diarréia é muito intensa, ocorre um grande número de evacuações líquidas por dia.
Quando um paciente portador de diarréia causada pela cólera fazia viagens longas e demoradas, muitas vezes se recuperava no percurso ou morria. Doenças que se manifestam depressa e a evolução para a cura ou óbito é rápida, até então não causavam epidemias em localidades distantes.
Com a industrialização européia, diminuindo a distância pelo mundo graças à máquina a vapor tanto por terra quanto por mar e com os aglomerados humanos como relatado acima, podemos ter uma dimensão dos estragos que esta doença poderia causar...
O berço da cólera é considerado até hoje o delta do rio Ganges, na Índia, região de origem das pandemias vividas nos séculos XIX e XX. A primeira pandemia iniciou-se em 1817. Por meio das navegações a vapor, a doença rapidamente se alastrou para a China e Oceania, seguinda para Filifinas, Java e Japão.
Em 1826, novamente o rio Ganges forneceria uma quantidade exorbitante de casos de cólera para o mundo e desse vez, a doença avançou em direção à Europa.
Um grande aliado que a cólera encontrou em seu processo de disseminação foi a cidade de Meca. Em 1831, a doença atingia as imediações daquele centro, contaminando peregrinos muçulmanos de diversas localidades. Em suas barracas em Meca, ocorreram três mil mortes naquele ano. Ao retornarem para as regiões de origem, os peregrinos levaram a cólera para várias direções. Os que voltaram a Alexandria a propagaram no norte da Àfrica. Nos primeiros dias da epidemia nas cidades do Cairo e de Alexandria, morreram trinta mil pessoas. À Síria e à Palestina chegarm peregrinos infectados que introduziram a doença nessas regiões. Aqueles que regressaram a Istambul fizeram com que a cólera entrasse na Europa partindo da Hungria e dos Bálcãs. Dessa vez, dificilmente a Inglaterra e os demais países europeus escapariam à doença.
No mês de outubro de 1831 a cidade portuária inglesa de Sunderland recebeu uma embarcação procedente do porto de Hamburg, Alemanha, com pessoas que portavam a bactéria da cólera. Imediatamente se registraram na ciadade casos da doença. que depois se propagou pelo país. Passo a passo, a cólera chegou aos principais centros industriais e acometeu os moradores nos cortiços. Estima-se que mais de 30 mil pessoas tenham morrido no Reino Unido durante a epidemia. Na Inglaterra e no País de Gales, ocorreram 21 mil mortes; na Escócia, quase dez mil. Londres perdeu pouco mais de cinco mil habitantes, na maioria dos casos, pessoas pobres, até mesmo miserávies, que viviam em precárias condições habitacionais, como descrito anteriormente.
Navios ingleses levaram a cólera para os portos da Espanha e de Portugual
Paris se encontrava nas mesmas condições insalubres que a Inglaterra. A cólera atingiu Paris em 1832. As cidades empregaram a quarentena, mas de nada adiantou. Os médicos ficavam perdidos diante da nova doença. Tentativas desesperadas de tratamento com gelo, enemas, sangrias, vapores quentes e drogas diarréicas, nada adiantava. A cólera castigou Paris; matou 34 mil habitantes, quase todos dos bairros simples. A França perdeu cerca de cem mil habitantes na epidemia. Esta fez aflorar as diferenças sociais numa sociedade marcada pela exploração excessiva e pelo desgaste humano.
A Irlanda, com sua população vivendo em condição de pobreza e fome, também foi duramente acometida, perdeu aproximadamente 25 mil habitantes. Em 1832, irlandeses desesperados resolveram tentar a sorte imigrando para as cidades americanas. Apesar de todas as tentativas de bloqueios e quarentenas dos navios. A cidade canadense de Quebec na primeira semana foram 250 pacientes com 160 enterros. Em Montreal o mesmo navio irlandes Voyageur que saiu de Quebec, causou a morte de 1.800 pessoas.
Uma vez em solo americano, a doença seguiu suas vias normais de disseminação.
Em Nova York, morriam 45 pessoas por dia, dez dias depois já somava-se cem óbitos/dia. O governo decretara uma série de medidas para conter a epidemia. Rebeliões formaram-se entre a classe pobre, os mais acometidos, e membros do governo e médicos. Carroças transportavam um número incontável de mortos diariamente, a maioria sendo enterrados como indigentes. A cólera rumou para Filadélfia e Boston. Atingiu o sul dos Estados Unidos e também a América Central, com oito mil mortos em Cuba e 15 mil no México.
CÓLERA
A cólera é uma doença caracterizada por diarréia severa (a diarréia mais intensa de todas as infecções), que leva o paciente a desidratação, com queda da pressão, parada de funcionamento dos rins e geralmente, quando não submetido a tratamento de suporte, ao óbito. A bactéria causadora da doença; o Vibrio cholerae, é eliminada nas fezes ou nos vômitos dos doentes e por sua vez dissemnado. Como a diarréia é muito intensa, ocorre um grande número de evacuações líquidas por dia.
Quando um paciente portador de diarréia causada pela cólera fazia viagens longas e demoradas, muitas vezes se recuperava no percurso ou morria. Doenças que se manifestam depressa e a evolução para a cura ou óbito é rápida, até então não causavam epidemias em localidades distantes.
Com a industrialização européia, diminuindo a distância pelo mundo graças à máquina a vapor tanto por terra quanto por mar e com os aglomerados humanos como relatado acima, podemos ter uma dimensão dos estragos que esta doença poderia causar...
O berço da cólera é considerado até hoje o delta do rio Ganges, na Índia, região de origem das pandemias vividas nos séculos XIX e XX. A primeira pandemia iniciou-se em 1817. Por meio das navegações a vapor, a doença rapidamente se alastrou para a China e Oceania, seguinda para Filifinas, Java e Japão.
Em 1826, novamente o rio Ganges forneceria uma quantidade exorbitante de casos de cólera para o mundo e desse vez, a doença avançou em direção à Europa.
Um grande aliado que a cólera encontrou em seu processo de disseminação foi a cidade de Meca. Em 1831, a doença atingia as imediações daquele centro, contaminando peregrinos muçulmanos de diversas localidades. Em suas barracas em Meca, ocorreram três mil mortes naquele ano. Ao retornarem para as regiões de origem, os peregrinos levaram a cólera para várias direções. Os que voltaram a Alexandria a propagaram no norte da Àfrica. Nos primeiros dias da epidemia nas cidades do Cairo e de Alexandria, morreram trinta mil pessoas. À Síria e à Palestina chegarm peregrinos infectados que introduziram a doença nessas regiões. Aqueles que regressaram a Istambul fizeram com que a cólera entrasse na Europa partindo da Hungria e dos Bálcãs. Dessa vez, dificilmente a Inglaterra e os demais países europeus escapariam à doença.
No mês de outubro de 1831 a cidade portuária inglesa de Sunderland recebeu uma embarcação procedente do porto de Hamburg, Alemanha, com pessoas que portavam a bactéria da cólera. Imediatamente se registraram na ciadade casos da doença. que depois se propagou pelo país. Passo a passo, a cólera chegou aos principais centros industriais e acometeu os moradores nos cortiços. Estima-se que mais de 30 mil pessoas tenham morrido no Reino Unido durante a epidemia. Na Inglaterra e no País de Gales, ocorreram 21 mil mortes; na Escócia, quase dez mil. Londres perdeu pouco mais de cinco mil habitantes, na maioria dos casos, pessoas pobres, até mesmo miserávies, que viviam em precárias condições habitacionais, como descrito anteriormente.
A água para beber disttubuída durante epidemia de cólera em Hamburg, Alemanha. Gravura do 10Artwork from the nth volume 10 'La Science Illustree' fonte: http://www.sciencephoto.com/media/427136/view |
Paris se encontrava nas mesmas condições insalubres que a Inglaterra. A cólera atingiu Paris em 1832. As cidades empregaram a quarentena, mas de nada adiantou. Os médicos ficavam perdidos diante da nova doença. Tentativas desesperadas de tratamento com gelo, enemas, sangrias, vapores quentes e drogas diarréicas, nada adiantava. A cólera castigou Paris; matou 34 mil habitantes, quase todos dos bairros simples. A França perdeu cerca de cem mil habitantes na epidemia. Esta fez aflorar as diferenças sociais numa sociedade marcada pela exploração excessiva e pelo desgaste humano.
A Irlanda, com sua população vivendo em condição de pobreza e fome, também foi duramente acometida, perdeu aproximadamente 25 mil habitantes. Em 1832, irlandeses desesperados resolveram tentar a sorte imigrando para as cidades americanas. Apesar de todas as tentativas de bloqueios e quarentenas dos navios. A cidade canadense de Quebec na primeira semana foram 250 pacientes com 160 enterros. Em Montreal o mesmo navio irlandes Voyageur que saiu de Quebec, causou a morte de 1.800 pessoas.
Uma vez em solo americano, a doença seguiu suas vias normais de disseminação.
A impressionante morte de tropas por cólera - 'Le Petit Journal Illustre' of December 1912. fonte: http://www.sciencephoto.com/media/300519/view |
Prevensão da cólera de 1832 do livro Alemão Caricatura e Sátiras da Medicina, 1921 Eugen Hollander (1867-1932). |
Excelente artigo. Parabéns
ResponderExcluirObrigada Herbert,
ExcluirEstou em falta com meu blog.
Mas comecei a dar aulas de epidemio e precisarei atualizá-lo.
abraços
ajudou mto,otimo artigo
ResponderExcluirmuito bom publica mais artigo
ResponderExcluirme resume???? preguiça de ler
ResponderExcluir2020 e vinte kkkkk mo tempo da porra sfd tô em 2021 e vcs ?
ResponderExcluirTOP
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